Descobertas de 2015 Listamos algumas bandas que gostamos muito de conhecer

In Bandas

É sempre animador quando aparecem novos nomes que dão aquela renovada no ar de quem respira música. No quase finado 2015, a gente resolveu dividir com vocês algumas das novidades que fizeram a trilha de um ano bom para alguns, penoso para outros, mas que, apesar da crise, rendeu bons momentos.

Tem para todos os gostos. Do grindcore à calmaria post rock mais experimental, o que importa aqui é refrescar nossos ouvidos com o que a música produziu de novidade nesse ano e que, por culpa da correria do dia a dia, poucas vezes nos reservamos o direito de parar e dedicar algumas horas para descobrir novos sons. É isso que nós queremos. Reduzir a marcha e usar a nosso favor essa facilidade que existe hoje em se aproximar do que acontece no território fértil das boas novas.

E para a viagem ficar mais proveitosa, juntamos o que a gente gostou de conhecer mais de perto. Agora é apertar o play e curtir cada uma das paisagens sonoras que selecionamos, espalhadas por esse leque generoso de destinos até então desconhecidos. Boa viagem!

Culture Abuse
Entre as novidades, um dos grandes destaques do ano é um EP que atende pelo nome de Spray Paint The Dog e traz apenas duas músicas, “Nicotine” e “Perfect Light”. O Culture Abuse faz bom uso do rock sujão com apelo pop/alternativo, envelopado com muita personalidade e frescor. Soa novo e sem vícios. Soa jovem e a música precisa disso.

Triac
O Triac levou a sério as lições aplicadas por bandas como o Nasum e faz um grindcore ríspido e sem muitas voltas. Se você gosta e não tem medo de barulho, aperte o play sem medo de ser feliz.

Lunch
Nos últimos tempos, bons ventos têm trazido novas bandas fazendo aquele pós-punk lindo que feito nos anos 80. O Lunch é um bom representante dessa nova safra. A diferença é que, talvez com o auxílio da tecnologia que era escassa na época, o Lunch consegue deixar o som mais pesado e o resultado é bem legal.

Red Forest
Olha aí a França acertando mais uma vez. Os caras enviaram pra gente o EP 13 10 16 e que surpresa boa. Post-rock instrumental parente próximo de bandas como Red Sparowes e If These Trees Could Talk com uma aposta um pouco maior no peso entre os diálogos inseridos em algumas músicas. É um disco que evolui bastante com o tempo.

Ego Kill Talent
O EP Sublimited é o primeiro registro desses caras que já chegou acompanhado de um clipe lindo da música que batiza o disco. Prato cheio pra quem andava sentindo falta daquele rock radiofônico feito no final dos anos 90, recheado de bons riffs e com um generoso tempero de atualidade.

Human Bodies
Cru, rasgado e com potencial pra transformar seu dia de calmaria em caos. É black metal sem muita firula e isso pode render comparativos com o início do Gorgoroth ou o Darkthrone ali da metade dos anos 2000, fase Sardonic Wrath. Em 2015 eles soltaram um split com o Leather Chalice, e vale muito ouvir toda discografia, principalmente a demo de 2014, que é coisa linda.

Throaat
Esse disco é uma viagem pelos pontos altos de toda estética old school de um jeito natural e sem que isso seja uma premissa. Death/thrash 80 da melhor qualidade e com tudo o que o termo representa. Tem aquela inspiração em Mercyful Fate com tempero de Tormentor e Celtic Frost.

Não Há Mais Volta
Rancid, Boucing Souls, Bombshell Rocks e Hot Water Music. Junte tudo isso a um cenário totalmente urbano e o resultado é o street punk/hardcore que esse quarteto paulista vem fazendo desde 2013 com muita competência e honestidade. Dentro do que já foi feito no estilo por aqui, o Não Há Mais Volta é uma ótima referência.

Jungbluth
O Jungbluth vem da Alemanha e berra, em inglês, mensagens universais de confronto contra o racismo, o fascismo, o sexismo e a homofobia. O trio propõe uma interessante justaposição de um vocal raivoso e tipicamente hardcore com camadas instrumentais em tempos desacelerados.

HSY
Pronuncia-se hussy, vem do Canadá e foi uma das indicações do Fernando Augusto Lopes na volta do nosso querido podcast O Resto É Ruído. Bask foi lançado esse ano e traz o lado mais sombrio e noise do pós-punk. Dá pra tentar situar entre uma mistura de Skinny Puppy e Ministry da fase Twitch, mas o HSY é mais esfumaçado, agressivo e irresponsavelmente barulhento.

Grand Détour
Pode respirar aliviado, a gente não vai ficar aqui falando do post-rock baseado em riffs melódicos e bateria quebrada que resultam em paisagens sonoras e blá blá blá. Fugindo dessas e outras adjetivações, a música dos franceses do Grand Détour parece ter generosa dose de influência da boa safra instrumental japonesa encabeçadas pelos ótimos Lite e Toe. O que, para nós, já uma boa impressão.

Mohicans
O Mohicans se propõe a expressar uma música referenciada no hardcore, no stoner e no peso dos sons do deserto sem cair em ciladas comuns, como a reprodução pura e simples de riffs típicos. Não há nada de novo, mas conquista a cada música, talvez por ter encontrado caminhos próprios de se homenagear essas sonoridades.

Fábio de Carvalho
A estreia do mineiro Fábio de Carvalho, de 17 anos, é o disco Tudo em Vão. Talvez seja também sua estreia oficial como porta-voz de uma intimidade compartilhada e vulnerável tão encontrada na juventude de hoje. As músicas são cantadas ora com voracidade, ora com hesitação. “Sábado, entre 16h30 e 17h50” dá um belo exemplo de como a distorção do shoegaze pode discorrer sobre um estado de espírito.

Badhoneys
A boa safra dos anos 90 sempre permeou a essência desses gaúchos que lançaram Ghost já no final de 2015. Sem descuidar da melodia, o que temos aqui é um assumido conjunto de boas referências grunge e das barulhentas guitar bands do início da década de 90.

Deadheads
A Suécia é um país assertivo quando o assunto é rock puro, simples e direto. No caso do Deadheads não é diferente. No segundo disco, Loaded, a banda mantém todos os pés fincados no rock acelerado e sem firulas. Simpatizantes de bandas como Hellacopters, Fu Manchu e Monster Magnet podem dar play aumentar o volume sem medo.


Ralo
Power trio instrumental com som fincado no rock alternativo feito nos bons anos 90. Mas não se engane, o Ralo vai além disso, soa contemporâneo e a prova disso está registrada no peso de uma música urgente e cheia de bons riffs.


Stearica
O Stearica é um trio italiano que faz um som instrumental ricos em colagens, crescendos, arranjos orquestrados e peso ocasional. Enquanto os conterrâneos do Ufomammut são lembrados pela aspereza e pela abrasividade, o Stearica pode ser uma alternativa de ambiência sonora mais apaziguadora.