Tem música que é tão especial que nem mesmo uma propaganda de celular repetida zilhões de vezes consegue estragar. São hits eternos na memória de quem não se cansa daquela faixa. Mesmo que praticamente o mundo inteiro não aguente mais ouvir. “(I Can’t Get No) Satisfaction” pode ser um suplício pra alguns. “Like a Virgin” pode dar aquela preguiça pra outros. Mas para alguns ouvidos em particular, essas músicas são pura emoção.
Esta edição do nosso especial sobre hits que emocionam mesmo tendo tocado infinitas vezes traz um convidado que manja bastante de música. É o Thiago Deejay, que produz e apresenta o programa Heavy Pero No Mucho, na Rádio 89 FM. É um prato cheio para quem gosta de descobrir bandas, repleto de clássicos e novidades do hardcore, do metal, do alternativo e tantos outros gêneros de que a gente adora aqui no Sounds. Se antes a galera ligava ou escrevia para as rádios, hoje o Deejay recebe ligações, Whatsapp e comentários no Facebook pedindo música. A cada edição, são centenas de pessoas torcendo para o pedido delas ser atendido. Lidando com tantos hits todos os dias, é de se imaginar que ele tenha enjoado de algumas. Mas sempre tem uma exceção. Quer saber qual é a dele?
“Killing In The Name” – RAGE AGAINST THE MACHINE
(Thiago Deejay / 89 FM)
Músicas que tocaram muito e eu não aguento mais ouvir tem muitas, mas música que tocou muito e ainda assim eu acho foda quando toca, são poucas.
Pensei em “Insane In The Brain”, do Cypress Hill; “The Impression That I Get”, do Mighty Mighty Bosstones; “California Uber Alles”, do Dead Kennedys e “Time Out For Fun”, do Devo. Mas a track mais estraga casamento, aniversário, confraternização e festa junina (ela vai bem em qualquer ocasião – e estraga a festa porque todo mundo começa a pular e quebrar tudo) é “Killing In The Name”, do Rage Against The Machine.
A música é enorme e mesmo assim é radiofônica. É pesada e todo mundo conhece. Tem o dom de misturar hardcore e hip-hop numa pegada que até roqueiro doidão setentista fã de Led Zeppelin gosta.
Difícil eu lembrar o primeiro contato que tive com ela, mas deve ter sido nos anos 90, via 89FM, 97FM, Brasil 2000 FM (sou fã de rádio desde sempre) ou pela MTV. Depois eu vi o disco na Galeria do Rock e com certeza copiei a fita K7, que rodou no meu walkman..
É um hit que nunca parou de funcionar. Quando a 89 entrou em hiato, veio o game Guitar Hero mantendo ela como medalha de ouro dos hits rockers que não podem e, provavelmente, nunca vão parar de tocar.
Eu ainda tenho a frustração de ter visto essa música ao vivo no SWU, mas foi como se eu não tivesse visto. O P.A., de onde eu estava, morreu e eu ouvia o retorno do palco baixinho lá de longe. RATM sem pressão não é RATM. Por isso considero uma das poucas bandas que eu queria ver na vida e não vi!
Ainda hoje, quando toco nas festas mais improváveis de ela funcionar, é apertar o play e o povo já entra numa catarse coletiva absurda.
Viva o Rage Against The Machine!
Leia também os hits de outros convidados que já passaram por aqui:
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Liege (Medialunas)
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Elson Barbosa (Herod / Sinewave / O Resto é Ruído)